terça-feira, 8 de setembro de 2009

Sinopse 2010: "Não tem pra Ninguém! A Bambas 90 é Nota 100!"

JUSTIFICATIVA

Oh-oh...
Tá pensando o que eu tô pensando, B1?
Eu acho que sim, B2!
É HORA DE EXALTAR OS ANOS 90!!!!!

Tá dado o recado, Bananas! A década de 90 – nem tão distante assim, ainda - e seus acontecimentos aos poucos começam a se tornar tão cultuados como os 80. Então já está na hora de traduzi-los em fantasias e alegorias, na magia do carnaval virtual, a fim de que a nostalgia reine dentre os espectadores na estreia da GRESV Bambas Sambario no Grupo de Acesso da LIESV, com a ideia fixa de que os 90 nunca irão terminar. Viva a Geração Trakinas! Parafraseando a histórica vinheta dos 25 anos da Rede Globo, completados em 1990: “Não tem pra ninguém! A Bambas 90 é Nota 100!”.

SINOPSE

No ritmo da lambada, a dança proibida, a década começou com a posse de Fernando Collor de Mello, o primeiro presidente brasileiro eleito pelo voto popular depois do comando dos militares. E, de cara, tivemos de engolir um polêmico pacote econômico que confiscou nossa poupança. Antes dos jovens caras-pintadas saírem às ruas para clamar pelo impeachment do dono da Casa da Dinda, a União Soviética se dissolvia graças ao “homem da mancha” e uma guerra era transmitida ao vivo para todo o mundo. Depois da cassação do homem que clamou ao povo que “não o deixasse só”, o homem do topete assumiu e, além ressuscitar o Fusca, ajudou a estabilizar de vez nossa economia com o Plano Real e assim nunca mais o Dragão da Inflação nos atazanou.

Pelas bandas de Seattle, um conjunto revolucionou o rock: era o Nirvana com o antológico álbum “Nevermind” e o bebê embaixo d’água na capa. Ao mesmo tempo em que o mundo tentava decorar passo a passo da complexa coreografia de “Macarena”, crianças e adolescentes presenciavam uma fábula chamada Mamonas Assassinas, cujo meteórico e gigantesco sucesso foi interrompido precocemente no alto de uma serra. Enquanto tínhamos a explosão das duplas sertanejas e dos Backstreets Boys, Spice Girls e New Kids on the Blocks da vida, o pagode também despontou nos 90. Se “a barata da vizinha” nos afligia, nada como pegar a vassoura e espantá-la. Pra depois, sair cantarolando: “diga aonde você vai que eu vou varrendo”... Em seguida, o país se viu contagiado pela onda do Axé Music. Foi um tal de “Segura o Tchan” aqui, um “Ralando na Boquinha na Garrafa” ali que eu vou te contar... Por isso, “Xô Satanás!”.

Vamos recordar os principais acontecimentos esportivos? Nos Jogos de Barcelona, os mesmos que consagraram o “dream-team” norte-americano do basquete, a nossa seleção de vôlei masculino, embalada pelo “ai, ai, ai, ai, em cima, em baixo, puxa e vai”, conquistava a primeira medalha de ouro do país em esportes coletivos. Mas nem tudo seria felicidade... Numa manhã de domingo, o Brasil assistiria ao vivo, estupefato e impotente, ao fim de um sonho em uma batida a quase 300 por hora na temida curva Tamburello no circuito de Ímola. Ayrton Senna passaria a brilhar nas pistas divinas. Porém, dois meses depois, um grito preso na garganta seria finalmente libertado depois de um jejum de 24 anos: era o Tetracampeonato em terras norte-americanas.

Cientificamente, tivemos uma década bastante farta. A Internet tomava forma, com os computadores passando a ter fins domésticos, algo até então visto com ceticismo pelos intelectuais. As salas de aula, por um breve período, foram infestadas pelo “tamagotchi”, um bichinho virtual que a criança via nascer, dava comida para ele crescer, fazia dormir... até que um dia ele morria, para a comoção da criançada. Mas era só apertar o “reset” pra recomeçar uma nova trajetória... Os meninos, quando não colecionavam as miniaturas “cabeções” que representavam os jogadores brasileiros na Copa de 98, estavam por aí jogando tazos. No mundo do vídeo-game, daríamos vida a um ouriço azul que podia dar um giro supersônico, além de proporcionar um clube da luta cujo maior golpe chamava-se “hadouken”. Ah, e quem diria que uma simplória ovelhinha chamada Dolly iria centralizar todas as atenções...

Tivemos fartura nas artes, tanto na TV quanto no cinema. A pureza da criançada na novela mexicana “Carrossel” incomodou e muito a Globo, assim como a bela paisagem do “Pantanal”. Os dinossauros, mesmos milhões de anos depois de extintos, voltaram à ser moda graças a um bordão: “Não é a mamãe!”. Até Steven Spielberg faria um parque só para eles... E o mundo inteiro chorou com o romance entre Jack e Rose no transatlântico “Titanic” e se divertiu com as histórias contadas por um certo “Forrest Gump”. Pena que, no Oscar, “Central do Brasil” bateu na trave. E enquanto Doug Funnie cortejava Patti Maionese cantando “Ôiô Mingau Matador”, a dupla Beavis & Butt-Head, dois jovens americanos à beira do retardo mental e obcecados por sexo (e impossibilitados de fazê-lo), levava os telespectadores da MTV à loucura. Pelas bandas da obscura Springfield, uma família maluca fazia apologia ao “politicamente incorreto”: eram os Simpsons. Faria ainda muito sucesso um desenho que, no Japão, seus efeitos visuais levaram centenas de crianças a serem hospitalizadas: Pokémon. Isso sem contar quatro tartarujas ninjas com nomes de artistas do Renascimento... Nas manhãs globais, a cachorra Priscila animava as manhãs “colossais” e quatro bonecos coloridos denominados “Teletubbies” cativavam a criançada. Numa plena época em que os hormônios dos garotos adolescentes – quando não estavam naquelas perigosas festas dos anos 90 - começavam a explodir, muito por incentivo das depilações da Tiazinha ou pela “Playboy” da Feiticeira, até hoje a mais vendida da história da revista. “Sai de Baixo!!!!!”.

E os carnavais? Ah, os carnavais... Tivemos na Marquês de Sapucaí uma década marcada pelos belos sambas oriundos de Padre Miguel, que promoveu sua virada, exaltou as águas, afirmou que “sonhar não custa nada”, refletiu que “a mão que faz a bomba, faz o samba” e destacou a arte da música de Villa Lobos. Mas eis que a Paulicéia Desvairada da Estácio surpreendeu e o Brasil inteiro “explodiu os corações” com o Ita do Salgueiro. Com Rosa Magalhães e o “jegue escondido na história”, a Imperatriz Leopoldinense emplacaria uma sequência de títulos que até hoje é contestada pelos mais conservadores, que alegam que a verde-e-branco de Ramos realizou desfiles apenas para os jurados, com pouca empatia para com o público. Joãosinho Trinta ainda conduziria a Viradouro ao rol das campeãs do carnaval, bem como a Mangueira emocionaria com a homenagem a Chico Buarque e, por fim, arrancaria lágrimas do público com a inesquecível comissão de frente formada por sambistas em “O Século do Samba”.

E já que o “Etê” de Varginha não deu as caras, o mundo não acabou como previsto em agosto de 1999 e o temido Bug do Milênio também não passou de disparate, quando o público acompanhar o desfile de 2010 da GRESV Bambas Sambario, cada bamba da Internet, na tela de seu computador, irá bradar:

AH, EU TÔ MALUCO!!!!

Texto: Compadre Washington (corrigindo, Marco Maciel)
Carnavalescos: Allejo, Janco Tianno e Rico Salamar (opa, quer dizer, Ewerton Fintelman, Leonardo Moreira e Luís Butti)
Enredo: Marco Maciel e Luís Butti

AOS COMPOSITORES: Para exaltar os 90, a GRESV Bambas Sambario deseja um samba-enredo leve, mas que tenha um requinte de lirismo e valentia, bem ao estilo David Corrêa em suas obras pra Portela. Que o espírito e a nostalgia dos 90 os ilumine na composição e proporcione à nossa escola mais um grande samba-enredo para 2010, bem como foi com a homenagem a Bezerra da Silva. Envie letra e áudio do samba-enredo para sambariobr@yahoo.com.br. Cada compositor pode concorrer com quantos sambas quiser, solo ou em parceria. Podem gravar com ou sem acompanhamento de cavaco e percussão, e de preferência com duas passadas da letra.

PS: Tomou?

sábado, 5 de setembro de 2009

Vamos relembrar nossa sinopse de 2009

BEZERRA DA SILVA – UM PRODUTO DO MORRO PROVA E COMPROVA SUA VERSATILIDADE

Alô malandragem! Se liga pra não dar mole à Kojak! Quando os homens da lei grampeia, o couro come toda a hora, amizadi”.
(Introdução dita por Bezerra da Silva no samba “Malandragem dá um Tempo”)

JUSTIFICATIVA
O G.R.E.S.V. Bambas Sambario estreará no carnaval virtual levando para a Passarela João Jorge Trinta a história de um brasileiro: José Bezerra da Silva. Partideiro indigesto sem nó na garganta, foi um autêntico porta-voz do morro. As injustiças na favela eram denunciadas com irreverência, na base de um partido alto nota 10, samba da melhor qualidade. Já diria o partideiro da pesada, que se orgulhava do “nada consta” em sua ficha policial: “Se não fosse o samba, quem sabe hoje em dia eu seria do bicho”. Afinal de contas: malandro é malandro e mané é mané!

SINOPSE

O PREÇO DA GLÓRIA - Natural de Recife, o menino, abandonado pelo pai e criado pela mãe na capital pernambucana, sempre teve gosto pela música, sendo um grande tocador de zabumba. Porém, sua prática era proibida por sua família, com quem tinha seguidos conflitos. Após se desencantar com a Marinha Mercante, viajou clandestinamente no porão de um navio rumo ao Rio de Janeiro, sendo descoberto quatro dias depois pelo comandante. A partir de então, não seria mais José e sim Bezerra, de modo a se distinguir de tantos josés da silva vindos do Nordeste.

Eu sou aquele que chegou do Nordeste pra tentar
Na cidade grande, minha vida melhorar
(Música “O Preço da Glória”)

Bezerra se instalou no Morro do Cantagalo, o popular “Morro do Galo” que sempre seria exaltado em seus sambas. Vivendo em barracos, exercia o ofício de pedreiro. Anos depois, chegou a viver um período de dissabores, em que, como mendigo, viveu na rua das amarguras sem ter nada pra comer. Para ele, o preço da glória foi doloroso e cruel, pois “comeu o pão que o diabo amassou e em seguida uma taça de fel”, fruto amargo das seguidas prisões injustas que sofrera.

Neste meio tempo, se converteu à umbanda, que lhe salvou a vida e lhe proporcionou novos e áureos caminhos. Na gíria umbandista, Bezerra “só batia cabeça pra vovó”, pois sempre estava “zero a zero com o vovô”, não devendo nada a ele. Afinal, seu pai era general de umbanda. Após anos dormindo na sarjeta, Bezerra da Silva estava se formando na universidade do mundo.

Entre tantos trabalhos que realizou como instrumentista, Bezerra gravaria seu primeiro compacto em 1969, com as músicas “Essa Viola é Testemunha” e “Mana, Cadê meu Boi” (esta última reapareceria no álbum gravado em 1993 por Bezerra). No ano seguinte, gravaria o LP “O Rei do Coco”, porém lançado apenas em 1975. “O Rei do Coco, volume 2” seria gravado em 1976. Estes dois discos, que não obtiveram tanto sucesso, tinham como característica este gênero musical nordestino: o coco.

Graças a Deus, consegui o que eu queria
Hoje estou realizado
Terminou minha agonia
(O Preço da Glória)

É ESSE AÍ QUE É O HOMEM - O caminho para o sucesso começaria a ser trilhado em 1977, quando Bezerra gravou, junto com Genaro Soalheiro, seu primeiro disco de samba: “Partido Alto Nota 10, volume 1”. Os volumes 2 e 3 de “Partido Alto Nota 10” seriam lançados em 1979 e 1980, respectivamente. Genaro, que também produziu os discos de sambas-enredo do Rio até 1997 (um ano antes de falecer), compôs com Bezerra a dupla 5+5, cujo dueto sempre aparecia em pelo menos uma faixa nos discos seguintes do sambista.

Seus primeiros sucessos foram “A Necessidade”, “Malandro Demais vira Bicho”, “Malandro não Vacila”, “Piranha”, “Dedo Duro” e “Pega Eu”. Em “Dedo Duro”, Bezerra da Silva desfila seu veneno de “cobra criada” contra os alcagüetes, aqueles que entregam os irmãozinhos – que estão efetuando o tráfico de drogas ou consumindo o produto – para a polícia. Afinal, a lei do morro é como se fosse um lema: “nunca vi ninguém dar dois em nada, mas se ver tá tudo bem”. Outros sambas que falam sobre “cagüetagem”: “Defunto Cagüete”, “Defunto Grampeado”, “Mudo Cagüete”, “Ele Cagüeta com o Dedão do Pé” e “Tem Coca aí na Geladeira”.

Fecharam o paletó do dedo duro
Pra nunca mais apontar
A lei do morro é barra pesada
Vacilou, levou rajada
Na idéia de pensar
A lei do morro é ver, ouvir e calar
Ele sabia, quem mandou ele falar
Falou de mais e por isso ele dançou
Favela quando é favela, não deixa morar delator
(Dedo Duro)

Já em “Pega Eu”, o bom humor se destaca ao relatar a história de um ladrão que fica tão chocado com a pobreza de sua vítima que resolve se entregar.

O ladrão foi lá em casa
Quase morreu do coração...
(...)
O ladrão ficou maluco
De ver tanta miséria
Em cima de um cristão
Que saiu gritando pela rua
Pega eu que eu sou ladrão!
Pega eu!
Pega eu que eu sou ladrão
Não assalto mais um pobre
Nem arrombo um barracão
Por favor, pega eu!”
(Pega Eu)

Bezerra da Silva tinha a vocação para ser intérprete de compositores desconhecidos. Para formar seu repertório, ia nos morros e favelas cariocas para gravar os sambas cantados nas tendas e biroscas. Com essa prática, ampliava sua rede de relações, ganhava respeitabilidade ao promover os compositores locais e formava um público independente da mídia. Por conta disso, se autoproclamava intérprete dos “verdadeiros poetas”, os cronistas da sociedade.

A FAVELA É UM PROBLEMA SOCIAL - Quando os discos passaram a ser lançados com o seu nome, Bezerra foi consolidando um estilo pejorativamente conhecido como “sambandido”, por dar a entender que suas letras defendiam os bandidos. Na verdade, o sambista, na condição de porta-voz do morro, sempre defendeu os habitantes das favelas, combatendo a desigualdade social com que conviviam, tanto por questões raciais quando pela precária situação financeira. Um exemplo está no samba “Vítimas da Sociedade”.

Só porque moro no morro
A minha miséria a vocês despertou
A verdade é que vivo com fome
Nunca roubei ninguém, sou um trabalhador
Se há um assalto à banco
Como não podem prender o poderoso chefão
Aí os jornais vêm logo dizendo que aqui no morro só mora ladrão
(Vítimas da Sociedade)

A questão sobre a perseguição aos líderes comunitários também é existente. Em “Meu Bom Juiz”, Bezerra critica a prisão do traficante Escadinha, homem respeitado e venerado no Morro do Juramento.

Eu vi o Morro do Juramento, triste e chorando de dor
Se o senhor presenciasse, chorava também doutor...
Ah, meu bom juiz
Não bata este martelo nem dê a sentença
Antes de ouvir o que o meu samba diz
Pois este homem nao é tão ruim quanto o senhor pensa
(Meu Bom Juiz)

A hipocrisia dos políticos ao usar os favelados para se elegerem não poderia faltar:

Meu irmão
Se liga no que eu vou lhe dizer
Hoje ele pede seu voto
Amanhã manda a polícia lhe bater
(Candidato Caô-Caô)

É COCADA BOA - No entanto, o humor irônico e escrachado marca presença nos sambas de Bezerra da Silva, principalmente quando se trata da questão das drogas. Já diria Bezerra: “eu não sou santo”.

Você com o revólver na mão
É um bicho feroz
Sem ele, anda rebolando
Até muda de voz
(Bicho Feroz)

Para tirar meu Brasil dessa baderna
Só quando o morcego doar sangue
E o saci cruzar as pernas
(Quando o Morcego Doar Sangue)

Vou apertar, mas não vou acender agora
Se segura malandro
Pra fazer a cabeça tem hora
(Malandragem dá um Tempo)

O delegado da área, já mandou averiguar
O que é que tem nessa cocada
Que tá todo mundo querendo provar
Mandou uma diligência só para experimentar
Eles provaram da cocada
E disseram ‘doutor deixa isso pra lá’
É cocada boa, não é
É cocada boa
É cocada boa, não é
É cocada boa"
(Overdose de Cocada)

Me diz vovó
Me diz vovó, e tenha dó
Quem foi que botou maisena no meu pó?”
(São Murungar)

O humor matrimonial também está presente na obra de Bezerra. Segundo a letra de “Pode Acreditar em Mim”, a mulher inferniza a vida até do diabo.

Eu mandei minha nêga pro inferno
O Diabo não quis aceitar
Ele me mandou a crioula de volta
Dizendo que lá não era seu lugar
(...)
Eu mandei jogar ela dentro do fogo
E o fogo me pediu chorando:
Você vê se tira essa mulher daqui
Porque ela está me queimando
O Diabo ficou nervoso dizendo
Isso aqui jamais aconteceu
Só mandei sua mulher de volta, amizade
Porque ela é pior do que eu
(Pode Acreditar em Mim)

Outra que sempre figura no repertório de Bezerra é a sogra, como observado na música “Minha Sogra Parece Sapatão” e também nas outras duas abaixo:

Seqüestraram minha sogra, bem feito pro seqüestrador
Ao invés de pagar o resgate, foi ele quem me pagou
(...)
O telefone tocou uma voz cavernosa pedindo um milhão
Pra libertar minha sogra que não vale nenhum tostão
(Seqüestraram minha Sogra)

Muamba eu tô vendendo muamba
Muamba, olha quem vai querer muamba?
Tô vendendo barato, quem vai?
Tô levando minha sogra
Pra vender no Paraguai
(Muamba)

PRODUTO DO MORRO - Bezerra, que sempre exaltou os morros que lhe acolheram tanto na vida pessoal como na profissional, se auto-define um produto de lá.

No morro aprendi a ser gente
Nunca fui valente e sim conceituado
Em qualquer favela que chegar
Eu sou muito bem chegado
No Cantagalo, na linha de frente
Naquele ambiente sou considerado
Sou produto do morro
Por isso do morro não fujo nem corro
(Produto do Morro)

É esse aí que é o homem! Onde quer que esteja, sempre estará provando e comprovando sua versatilidade.

Outros grandes sucessos de Bezerra da Silva: “Colina Maldita”, “O Vacilão”, “Aqueles Morros”, “Pai Véio 171”, “Foi o Dr. Delegado que Disse”, “É Esse aí que é o Homem”, “Zé Fofinho de Ogum”, “Arruda de Guiné”, “Malandro Rife”, “Sua Cabeça não passa na Porta”, “A Semente”, “Preconceito de Cor”, “Violência Gera Violência”, “Filho de Mãe Solteira”, “É o Bicho, é o Bicho”, “Se não Fosse o Samba”, “Safado é Safado Mesmo”, “Boca de Radar”, “Se Não Avisar, o Bicho Pega”, “Canudo de Ouro”, “Eu sou Favela”, “Verdadeiro Canalha”, “A Fumaça já subiu pra Cuca”, “Vírus da Corrupção”, “Dando Mole pra Kojak”, “Se Leonardo dá Vinte” e “A Gíria é a Cultura do Povo”.

Texto: Marco Maciel
Enredistas: Marco Maciel e Gabriel Carin
Carnavalesco: Leonardo Moreira

DICIONÁRIO BEZERRA DA SILVA DE MALANDREZ
Antena – chifre na cabeça dos outros
Bater para alguém – avisar
Bicho / Cana dura / Tira / Homens / Kojak – polícia
Boca de radar / Dedo de anzol / Dedo duro / Dedo de seta / Dedo de gesso / Língua de Tamanduá – delator ou alcagüete
Corujão – curioso cagüete
Dar dois – fumar maconha
Dividida – troca de tiros com os “homens”
Fechar o paletó - matar
GBO – Grande, Bobo, Otário
Grampeado – preso
Malandro demais – otário
Quatorze - ladrão
Sair de pinote – fugir
Sapeca iaiá - surra
Tubarão – ladrão de gravata
Um sete um – falsário
Vinte e um / Touro / Cara de boi – marido traído

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
- VIANNA, Letícia C. R. Bezerra da Silva – Produto do Morro. Rio de Janeiro. Jorge Zahar Editor, 1999.
- Encarte do CD “Alô Malandragem, Maloca o Flagrante!”, gravado por Bezerra da Silva em 1986 pela gravadora BMG/RCA.

SITES CONSULTADOS
Clique Music - http://cliquemusic.uol.com.br/

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Notas e Justificativas do desfile 2009

Eis as justificativas recebidas pela GRESV Bambas Sambario, referentes ao desfile de 2009, de enredo "Bezerra da Silva - Um Produto do Morro prova e comprova sua Versatilidade":

ENREDO - JULGADOR JOÃO MARCOS (NOTA DEZ)

ALEGORIAS - JULGADOR LUÍS BUTTI (NOTA 9,6)
- Abre-Alas de extremo bom gosto, mas desproporcional no tamanho (muito "fino" em relação aos demais carros e até em relação a avenida). (- 0,1)
- A escala cromática do abre-alas é um primor, lembrando uma favela real, mas algumas casas estão mal aplicadas na parte traseira do carro. (- 0,2).
- Centro do Carro 3 não acompanha a estética do restante da alegoria, destoando a plástica. Nada que comprometa muito a qualidade alegórica, visto que o carro retrata fielmente uma capa de um álbum (- 0,1)

SAMBA-ENREDO - JULGADOR RODRIGO RAPOSA (NOTA 9,2)
- Apesar de bem humorado, algo difícil nesses dias de sambas padronizados e técnicos, este samba peca ao repetir-se, citando duas vezes certas obras do artista, como "É Cocada Boa" (-0,1) e "Vou Apertar..." (-0,1), enquanto outras como "Mandei Minha Nêga pro Inferno" não aparecem (-0,1).
- O verso "Tem piranha pra valer", além de desencaixado melodicamente, está "largado" também coesivamente no samba (Tem piranha aonde? Para quem? Por quê?) (-0,3).
- O samba se contradiz no penúltimo verso da segunda parte ("Sair de pinote, ser malandro é isso aí") - desde quando fugir (de acordo com o "dicionário de malandrez" oferecido pela agremiação) é atitude de malandro? (-0,2)

CONJUNTO - JULGADOR THÉO VÁLTER KNETIG (NOTA 9,2)
(-0,2) Por apresentar 7 elementos de desfile entre o carro 2 e o tripé e apenas 4 entre o carro 1 e o 2 e o tripé e o carro 3 causando assim um desequilíbrio no conjunto visual da escola.
(-0,2) O tripé não possui chão, ele está voando na avenida? Se não, ao menos parece e isso atrapalha o conjunto.
(-0,2) As alas 3, 8 e 14 possuem costeiros irreais e a Ala 9 possui um adereço difícil de carregar e que prejudica o conjunto visual.
(-0,2) O adereço na ala 10 representando o politico não possui o mesmo nível artístico da ala o que causa uma pequena quebra na uniformidade artística daquele ponto do desfile e a ala 13 causa outra pequena quebra, pois apesar da boa idéia a concepção não mantém a mesma qualidade das demais alas do setor.

FANTASIAS - JULGADOR WILLIAN TADEU (NOTA 8,8)
- Não compreendi a idéia da comissão de frente... faltou uma descrição explicando a proposta, afinal não é de fácil identificação (-0,1).
- Soluções óbvias nas alas 1 e 7 (-0,2), sendo especialmente lamentável na ala 1, que permitia algo criativo que se adequasse mais à estética do restante do desfile. Na ala 6, ocorre o mesmo, não sendo cumprida a promessa de representar o samba (pompons não representam o samba!) (-0,1)
- Não compreendi a concepção da ala 9 (-0,1).
- Alas 11 e 12 apresentaram pobreza em concepção (-0,1) e tratamento (-0,2). Que diabos é essa ala 13? (-0,2).
- Escola abusou dos marrons e cinzas, com alguns momentos de monotonia e apagamento cromático (-0,2).
- Desfile brilhante e emocionante pela harmonia conceitual. Se a escola subir, precisa rever muitas coisas caso queira se manter na LIESV. 8,8.

A GRESV Bambas Sambario recebeu, após os desfiles, dois prêmios Estandarte de Cromo do blog Interatividade LIESV: melhor enredo e melhor samba do Grupo de Avaliação (CAESV).

Veja o desfile da Bambas Sambario



Reviva as emoções do espetáculo proporcionado pela GRESV Bambas Sambario, que homenageou Bezerra da Silva na Passarela Virtual João Jorge Trinta em 2009 e obteve a vaga no Grupo de Acesso 2010 da LIESV. Veja e reveja a apresentação da escola virtual do site SAMBARIO quantas vezes quiser, ouça a transmissão original acima (com narração de Ewerton Fintelman e comentários de Diego Araújo, Victor Raphael e Wellington Kirmeliene - Imperial) e baixe o organograma oficial com a descrição do desfile.

Eis o link do nosso desfile:
http://www.sambariocarnaval.com/desfile.htm

Nesse fim-de-semana, será lançada a sinopse do enredo de 2010 da Bambas Sambario. Aguarde!

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Mais um carnavalesco para a Bambas Sambario: Ewerton Fintelman

Depois da contratação de Luís Butti (um dos responsáveis pelo acesso da Camisa 10 ao Especial), a GRESV Bambas Sambario anuncia um outro reforço para integrar sua comissão de carnaval. Trata-se de Ewerton Fintelman (E, de azul no Bumbódromo de Parintins).

Etho, como é conhecido, é uma das figuras mais atuantes da LIESV na atualidade, tendo desempenhado praticamente todas as funções carnavalescas na folia virtual. Além de carnavalesco, Ewerton também é enredista, intérprete, diretor do Grupo de Avaliação (CAESV) e presidente da GRESV Rainha Negra, uma das quatro campeãs de 2009. Etho também foi responsável pela transmissão dos desfiles da LIESV (ao lado de Rodrigo Raposa) e locutor das notas na apuração realizada no último domingo (30/8).

A trajetória de Ewerton Fintelman no carnaval virtual começou entre 2005 e 2006, quando conheceu a LIESV. Mas a então recém-fundada Rainha Negra, primeiramente, se filiou à LICAV (Liga de Carnaval Virtual) e desfilou por esta liga em 2006, obtendo o Troféu Estrela de Ouro de Melhor Escola. Mesmo assim, a Rainha ficou apenas na terceira colocação, o que fez Ewerton levar a Rainha Negra para a LIESV ainda naquele ano. "A Escola teve problemas com a administração da Liga, após o resultado duvidoso e a não divulgação de algumas justificativas, o que fez a Rainha ficar em dúvida quanto à credibilidade do resultado, tendo como base a avaliação do público presente no desfile, que dava como certo o título da Escola", explica.

Em 2009, com o enredo "Poiésis", Etho conduziu a Rainha Negra ao seu primeiro campeonato, dividido com GRESV Imperatriz Paulista, GRESV Princesa da Zona Norte e GRESV União do Samba Brasileiro, justamente no ano de estreia da escola no Grupo Especial. Como carnavalesco, Ewerton Fintelman atuou na SESV Pavão de Osasco em 2008.

Para o carnaval virtual 2010, integrará a comissão de carnaval da Bambas Sambario ao lado de Leonardo Moreira e Luís Butti. "Espero poder fazer o melhor pra Bambas Sambario. Vou desenvolver técnicas inéditas, será um carnaval de muitas novidades. A avaliação fica à cargo do público no desfile", promete o novo carnavalesco da escola.

A Família Bambas Sambario dá boas-vindas a Ewerton Fintelman!